Noronha inicia mutirão para aplicação da segunda dose da vacina AstraZeneca
Foi iniciado nesta quinta-feira (12), em Fernando de Noronha, o mutirão para a aplicação da segunda dose da vacina AstraZeneca, que pretende atingir a imunização completa de quase todos os noronhenses adultos já nesse mês de agosto, restando apenas um pequeno grupo de moradores que receberam a Pfizer. A vacinação é para as pessoas que já atingiram o mínimo de 60 dias da primeira dose da AstraZeneca, como sugere o Comitê Estadual de Saúde. O mutirão segue até o dia 16 de agosto, na quadra da Escola Arquipélago, das 8h às 17h.
O administrador de Noronha, Guilherme Rocha, ressalta a necessidade da população comparecer para receber a segunda dose, para que seja possível retomar às atividades normais o mais breve possível. “A gente está cada vez mais perto de vencer essa pandemia, mas ela só vai ser efetivamente uma vitória quando nós vacinarmos toda a população noronhense com a segunda dose. Estamos iniciando o mutirão exatamente um mês após aquele início da vacinação em massa, para conseguirmos chegar nos 100% da imunização completa aqui em Fernando Noronha, e assim começarmos a planejar o futuro, a pensar em novas conquistas para a população, inclusive a grande festa de réveillon. Precisamos do apoio coletivo para que a gente tenha o mais rápido possível nossa população imunizada, ficando tranquila também sobre a questão da entrada de qualquer variante da doença em Noronha”.
O gestor disse que a expectativa é de que em setembro todos os adultos estejam imunizados. A Administração Distrital está planejando junto à Secretaria de Saúde de Pernambuco a possibilidade de vacinação da população de 12 a 17 anos. “A gente não para. Estamos buscando o tempo todo essa solução em torno da vacina. Então, a nossa parte nós estamos fazendo, agora precisamos que a população faça a parte dela”.
Fernando Magalhães, superintendente de Saúde de Noronha, explica que é importante as pessoas participarem do mutirão para receber a segunda dose da vacina e contribuir com a diminuição da transmissão viral, pois com apenas a primeira dose da vacina não é possível atingir este objetivo.
“É bom lembrar que a imunização completa se dá a partir de 28 dias após a segunda dose da vacina. Quem tomou a primeira dose, vá tomar a segunda dose, pois só dessa forma garantiremos uma imunização completa. Diminuindo a possibilidade de uma transmissão viral, visto que com duas doses a pessoa tem mais anticorpos, então a probabilidade de adoecimento é bem menor”, destaca.
Fernando lembra ainda que é preciso usar os exemplos de outros países, como os Estados Unidos, e também alguns países da Europa, que avançaram bem na primeira dose da vacinação, mas não tanto na segunda. “Agora estão passando por uma nova onda da Covid. Esse é o nosso apelo, porque o mundo todo já sabe que a melhor forma de prevenção é se vacinando”.
Com movimentação tranquila, sem filas ou aglomerações, os agentes de saúde começaram a atender as pessoas que foram desde cedo à quadra da Escola Arquipélago garantir a segunda dose da vacina, como o aeroportuário André Rodolfo Ferreira, que comentou o alívio de saber que a segunda dose já está no braço. “É a sensação de estar imunizado, combatendo a doença e tendo tranquilidade no meio dessa loucura toda que é a pandemia”.
Atuando diariamente no aeroporto, ficando dessa forma mais exposto ao vírus, André se sente mais tranquilo, embora ressalte a necessidade de continuar cumprindo os protocolos de combate ao coronavírus. “É inevitável não temer a morte vendo tantas pessoas morrerem, tanta gente próxima indo a óbito por conta dessa doença. Agora eu posso lidar com o público um pouco mais tranquilo, mas sem esquecer dos protocolos, continuar usando álcool, máscara. Enquanto a Covid ainda estiver circulando no mundo a prevenção ainda é o melhor remédio, mesmo vacinado”.
Cláudio José Ferreira dos Santos, monitor guarda-parque na empresa Econoronha, na área do Parque Nacional Marinho (Parnamar), se diz aliviado e satisfeito por receber o imunizante e completar o ciclo. “Estou aliviado, tranquilo e satisfeito. A minha esposa também já vem tomar a segunda dose. A gente se acha protegido, mas o uso da máscara é primordial, limpeza das mãos com álcool em gel também. Além da vacina, precisamos nos cuidar, porque agora existe essa variante Delta. Eu e a minha esposa não estamos saindo para lugar nenhum, só do trabalho para casa, para evitar aglomeração. Se eu me infecto, vou infectá-la e vice-versa. Aí vão ser os dois de quarentena. Precisamos continuar nos protegendo”.
Bastante emocionada, a garçonete Adriana Patrícia ficou feliz por receber a segunda da dose da vacina. “Depois de tudo o que a gente passou nessa pandemia, com muitas perdas, graças a Deus eu cheguei até aqui, estou tendo essa oportunidade com a minha família toda, com todos eles bem. Agora é continuar lutando pelos nossos objetivos”.
Fernando de Noronha tem ao todo 736 registros da doença, sendo 654 no arquipélago e 82 casos importados. Desse total, 721 pessoas estão recuperadas e cinco óbitos foram confirmados. Há ainda dez pacientes em quarentena.
Texto: Ney Anderson