Patrimônio Cultural

Bandeira

Foi criada no governo militar da aeronáutica, pelo heraldista da FAB Ten. Cel. Av. Jorge Longuinho, em 1982.

Descrição Heráldica

Cores: losango branco sobre retângulo azul real, tendo ao centro um brasão assim descrito:

“Escudo português em campo de goles azul turquesa, onde se sobrepõe a coroa real e insígnias de seus antecessores (os cinco escudos em campo branco, sobrepostos ao campo vermelho, com os castelos de ouro).

O perfil da grande pedra, marco da Ilha de Fernando de Noronha, seu esmalte prateado, reflexos e sombra. Acompanha sua base um monte baixo de verde, que é da vegetação natural.

Ornamentando o brasão, dois golfinhos de prata e suas sombras naturais. No contra chefe ondado de três ondas de prata e três de verde-bandeira intercaladas, circunda a ilha em toda sua cor de esmeralda e alimento do seu fruto generoso; contornando o escudo, uma cótica de ouro, como símbolo de uma riqueza emergente, e lançando sobre a Ilha todo o brilho de luz, esperança e vida, acompanhado da inscrição Fernandi Noronhae.

O escudo é cingido por dois ramos verdes, representando a riqueza agrícola do arquipélago. Sobre a parte superior do Escudo, que é orlado, carregado de amarelo, pousa a coroa mural, de ouro.

Compõe-se de muralhas com ameias em forma de castelos e simboliza a força da resistência. E sobre uma fita de prata, por baixo do escudo, inscrevem-se datas históricas”

Fonte: Texto descritivo do Ministério da Aeronáutica.

Brasão de Fernão de Loronha

FERNÃO (ou FERNAN) DE LORONHA era descendente de uma família ilustre, da Lotheringen, na Inglaterra, fronteira com a Escócia, que se mudou para a região de Astúrias, na Espanha, de onde passou para Portugal, no final do século XV. Nasceu, provavelmente, entre 1470 e 1475, filho de Martin Afonso de Loronha.

Assim como muitos dos ricos mercadores lusitanos, era um cristão-novo, ou seja, um dos judeus convertidos ao cristianismo por força de decretos reais, assinados em Portugal a partir de 1497. Era um dos nomes de maior destaque entre os mercadores que assinaram um “contrato de arrendamento” do Brasil com o Rei D. Manoel, determinando as condições para a exploração comercial do vasto território que havia sido descoberto.

Depois que Portugal descobriu o caminho marítimo para as Índias, Loronha tornou-se um dos principais negociantes de pimenta-malagueta em Portugal, tornando-se também armador e enviando naus para explorar o oceano. Foi ele, como membro mais importante da sociedade à qual o Brasil fora arrendado, que financiou a expedição de 1503.

Por isso, recebeu a ilha descoberta nessa viagem (chamada por Vespúcio de São Lourenço, por ser este o dia dedicado ao santo mártir) como Capitania Hereditária, em 16 de janeiro de 1504. Tornou-se, então, o 1º donatário em terras do Brasil. No entanto, jamais veio tomar posse de sua propriedade, embora o território continuasse pertencendo aos seus descendentes, que sempre reivindicaram a transferência dele.

Mesmo controvertido nas ações que desenvolveu em Portugal, Fernão de Loronha é o personagem que a história imortalizou, na permanência do seu nome na capitania hereditária que recebeu e onde jamais esteve. O tempo e os diferentes registros do seu nome, em mapas e escritos, alteraram-lhe a grafia.

O nome FERNANDO, de agora, já foi escrito como Farnand, Ferdinand, Ferdonando, Fernan, Fernão, Fernandez, Firnan… E NORONHA foi Delon, Lazono, Lorena, Lorenha, Loroña, Loronha, Lorono, de la Rogne. Hoje, a história o reconhece, simplesmente, como FERNANDO DE NORONHA.

O Brasão Em 26 de agosto de 1506, Dom Manoel assinou um alvará, negando a Fernão de Loronha licença para usar o brasão que fora concedido pelo Rei da Inglaterra, Henrique VII. Em 28 de junho de 1524, Dom João II, sucessor de Dom Manoel, o fez “fidalgo de cota d’armas” e deu-lhe um brasão especial, mais requintado do que o brasão inglês concedido à sua família.

Em 23 de setembro de 1532 seria a ela atribuído o brasão d’armas especial, como hoje conhecemos. Este novo brasão possui um “um escudo partido em pala, a primeira parte de prata e, nela, na cabeça, meia flor-de-lis, de ouro, pegada com meia rosa vermelha e a outra parte de verde, com a mesma flor-de-lis, douro e meia rosa vermelha no pé. Na cabeça, uma pomba de prata, voando. Elmo de prata sarado. Paquife de prata e verde. Por timbre, a mesma pomba, o qual brasão de armas, elmo e timbre o dito Portugal, etc.”

Hino de Fernando de Noronha - Autor: Gercy Teles de Menezes*

Entre ondas bravias, azuis sob um céu sempre cheio de luz.
Há um pedaço da minha terra, esta ilha, que a todos seduz.
Brancas praias, rochedos, luar e o Pico, altaneiro, sem par.
Fernando de Noronha é um sonho do qual ninguém quer despertar.

Quem já viu qualquer coisa mais bela que os abismos do Sancho e Sapata, Italcable, Cacimba do Padre e o mar, espumando na Rata?
Atalaia, baía Sueste, e, no mastro do forte, a bandeira?

São cenários que nunca se esquece, são lembranças para a vida inteira!

São cenários que nunca se esquece, são lembranças para a vida inteira!

*Gercy Teles de Menezes, coronel reformado do Exército, serviu em Fernando de Noronha como intérprete dos americanos do Posto de Observação de Teleguiados, entre 1957 e 1965.

A bela melodia que compôs era – originalmente – uma valsa: “Saudades de Noronha”. Foi adaptada para dobrado pelo musicista pernambucano Laffayte Lopes e gravada em compacto, na extinta Fábrica de Discos Rozemblit, do Recife / PE, com a Banda e o Orfeão da Polícia Militar de Pernambuco e solo do Cel. PM Leogivildo Maranhão.

O Selo Golfinhos do Brasil

Fonte: Correios

Em homenagem aos 500 anos de colonização do arquipélago de Fernando de Noronha, foi lançado no dia 10 de agosto o bloco comemorativo. Com tiragem limitada de 400 mil exemplares, é composto por um selo de R$ 2,90. Com um tema ecológico, de grande aceitação para o público, seu desenho focaliza os golfinhos rotadores, um dos principais símbolos de Noronha.

Por causa do forte apelo visual e temático, o bloco representará o Brasil na Exposição Internacional de Selos de Bangkok. O evento é a quarta exposição filatélica internacional organizada na Tailândia, que, este ano, celebrará o 120º aniversário dos Correios tailandeses e do primeiro selo postal daquele país.

De autoria do artista plástico Alan Magalhães, o bloco Golfinhos do Brasil representa um marco na filatelia brasileira.

Artesanato

Fernando de Noronha vem aliar toda a sua beleza natural, o seu patrimônio histórico e suas raízes culturais à sua diversificada produção artesanal, através de peças criadas e executadas pela comunidade artística que vem utilizando os variados materiais presentes na ilha como forma de fazer arte, com ênfase no reaproveitamento dos materiais recicláveis – promovendo assim a cultura da preservação e da sustentabilidade ambiental, gerando um consumo consciente.
Os artistas reinventam o cenário paradisíaco de diversas maneiras, tanto de forma comercial como para expressar a realidade dos ilhéus. Exposições dentro e fora da ilha e por meio da união dos poucos artesãos se é possível conhecer mais sobre o trabalho feito.
As peças são produzidas com fita usada de impressora, pedaços de madeiras, galhos secos embalagens, filtros de café, filtros de dessalinizador, papel, papelão, garrafas de vidro e garrafas pet, e um sem fim de materiais, que se acumulam no dia a dia da Ilha. No artesanato de Noronha não são usadas pedra ou conchas, o que é proibido por lei.
Dentro dessa proposta foi criada a Associação dos Artistas e Artesões de Fernando de Noronha cujos membros produzem e comercializam seus produtos em loja própria e nos seus respectivos ateliers, que se localizam em diversos pontos da Ilha. Ainda tem outros pontos de venda em restaurantes, e outros equipamentos turísticos.
Arquivo ATEDFN

Lendas

Lendas são narrativas cheias de fantasias, transmitidas, pela tradução oral através dos tempos. Geralmente, as lendas combinam com a realidade e fatos históricos que aconteceram com fatos irreais, que são produtos da imaginação humana, narrando peripécias de heróis de personagens, de personagens sobrenaturais, de fenômenos naturais.
Toda lenda costuma ter um fundo de verdade. As lendas nascem “como plantas nascem do solo, as pedras brotam do solo, e do homem nasce a vida”. Quase sempre, fornecem explicações – até certo ponto, aceitáveis – para coisas que não tem explicações, como acontecimentos misteriosos e/ou sobrenaturais. Abaixo, segue uma pequena lista das lendas mais conhecidas e famosas na ilha:
• A Lenda da Mulher de Branco
• A Lenda do Homem do Telhado
• A Lenda do Pecado
• A Luz do Pico
• Gigante da Meia Noite
• Lenda da Alamoa
• Lenda do Cajueiro da Cigana
• Lenda do Capitão Kidd
• O Menino do Dentão
• O Monstro do Sueste
• O Tesouro Encantado

Manifestações Culturais e Religiosas
As manifestações culturais e religiosas de Fernando de Noronha:

Capoeira

Fernando de Noronha tem uma forte ligação com a história da capoeira no país, quando a arte era considerada uma contravenção. De acordo com a historiadora Marieta Borges nos tempos da monarquia, quando a Capoeira era praticada principalmente entre os escravos, o castigo para quem assim procedesse era cerca de 300 chibatadas (em 1820) e prisão em calabouço e cem açoites (em 1825). “A maior perseguição aos capoeiras se deu em 1890, 1891 e 1904. Foi o tempo em que muitos desses “subversivos” foram deportados para lugares distantes, como o Acre e a Ilha das Cobras e a partir de 1890, para o arquipélago de Fernando de Noronha, onde funcionava uma Colônia Correcional, desde a sua definitiva ocupação (em 1737), para presos comuns de Pernambuco e que, naquela época, estava temporariamente subordinada ao Ministério da Justiça (entre 1877 / 1891)”,
Naquele período, onde a República tinha acabado de ser proclamada, houve a criação do primeiro “Acto” da Republica, exigindo a deportação de todos os capoeirista do Brasil para Fernando de Noronha. “Olhada como uma forma de “luta corporal”, a Capoeira tem seus heróis em todos os tempos. Alguns nomes são mencionados com respeito, mesmo que tenham eles sofrido a dureza dos porões penitenciários e o exílio obrigatório. Homens como Manduca da Praia, Juca Reis. Ciríaco Francisco da Silva e tantos outros, viraram mito, no imaginário popular” explica Marieta.

Outras manifestações culturais e religiosas presentes no dia a dia da comunidade noronhense:
• Forró
• Reggae
• Samba
• Capoeira
• Maracatu
• Pastoril
• Quadrilhas juninas
• Festa de Aniversário do Arquipélago – 10 de agosto
• Festa de Nossa Senhora dos Remédios – dia 29 de agosto
• Festa de São Pedro dos Pescadores e Barqueata – dia 29 de junho