Em Fernando de Noronha, opções de lazer não faltam na baixa estação

Em Fernando de Noronha, opções de lazer não faltam na baixa estação

Fernando de Noronha é o tipo de destino que até na baixa estação dispõe de atrativos para os turistas poderem curtir os dias na ilha. Entre os meses de março e julho, o clima do arquipélago muda, seja por conta do tempo nublado ou das chuvas que acontecem nessa época do ano. No entanto, nada disso é um banho de água fria na expectativa de quem deseja desfrutar de ótimos momentos no arquipélago. Durante esses meses, aliás, é uma excelente oportunidade para conhecer a ilha, isso porque os preços das passagens aéreas e das hospedagens costumam ser mais atrativos.

Na baixa estação, a ilha proporciona outras experiências para os momentos chuvosos. Os dias de sol, no entanto, não deixam de ter. Não por acaso, Noronha é bastante visitada em todos os meses do ano. Então, se você se programou para fazer a visita ao arquipélago e encontrou uma ilha com um clima mais ameno, não se preocupe. De forma alguma isso empecilho para os momentos de lazer.

Visitar o Museu Memorial Noronhense – Espaço Cultural Marieta Borges, por exemplo, é uma ótima pedida. O local conta a história da ilha desde a sua descoberta, passando pelas diversas invasões, mostrando os sistemas defensivos, os aspectos urbanos das vilas, além do seu uso como presídio no período em que foi território federal até a reintegração ao estado de Pernambuco. O museu fica na Praça do Cruzeiro, no Terminal Turístico do Cachorro, na Vila dos Remédios. Funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 16h às 20h. Aos sábados e domingos, fica aberto das 16h às 20h. A entrada é gratuita.

Também na Vila dos Remédios, é possível conferir o Espaço Cultural Arte Noronha, recheado com peças de artesanato e souvenirs produzidos pelos artesãos locais. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 17h às 21h30.

Ainda no que diz respeito aos museus, Noronha tem à disposição o dos Tubarões, com um rico acervo composto por fotos, imagens ilustrativas, informações e curiosidades sobre esses animais marinhos que despertam a atenção de todos. Lá, o visitante pode entender sobre as espécies que habitam a ilha, entre outros tubarões que passam constantemente pelo arquipélago. O Museu dos Tubarões fica na Vila do Porto e a entrada é gratuita.

Um dos locais mais procurados da ilha, o Forte Noronha, na Vila dos Remédios, recebeu melhorias significativas autorizadas pelo Iphan. Ele tem um espaço imersivo com projeção sobre a história e a biodiversidade do arquipélago. Além disso, a vista de 360 graus do alto da ilha que o Forte proporciona é de tirar o fôlego. Funciona diariamente, das 10h às 20h.

Outra opção é a Fundação Projeto Tamar, na Vila do Boldró, que oferece, diariamente, no centro de visitantes, palestras com temáticas ambientais e culturais, sempre com assuntos focados na realidade da ilha. Lá também tem uma loja com produtos exclusivos para quem desejar levar uma lembrança material de Noronha.

Também nas proximidades do Tamar, o Espaço Aulas de Energia – Neoenergia (Usina Tubarão) oferece aos visitantes um ambiente interativo que proporciona um tour virtual de 360° pela ilha. O objetivo do espaço é que as pessoas possam entender o mundo da energia solar, além da realidade virtual, com experimentos, maquetes, painéis e vídeos para complementar a experiência e o aprendizado sobre energia limpa. O espaço funciona de terça a domingo, das 14h às 19h.

Partindo para experiências com a natureza, na baixa estação é possível fazer mergulho livre e autônomo. A ocorrência de chuvas não interfere de forma alguma nessas atividades, pois a visibilidade da água se mantém inalterada. O mergulho pode ser praticado de forma livre (snorkeling/apneia) ou de maneira autônoma, com o uso de cilindro. O melhor local para essa prática é na Praia do Porto, local rico em vida marinha, com águas calmas e ponto de apoio de guarda-vidas do Corpo de Bombeiros.

Para as pessoas que buscam uma interação ainda maior com a natureza do arquipélago, o período permite, por exemplo, ver diversas aves presentes na ilha, justamente por ser uma época de reprodução. As aves, aliás, são um espetáculo à parte. O Vem Passarinhar, organizado pelo projeto Aves de Noronha, do Instituto Espaço Silvestre, leva as pessoas para uma observação de aves no Mirante dos Golfinhos, próximo da Praia do Sancho. Com binóculos disponibilizados aos participantes, várias espécies são contempladas, indicadas por guias que acompanham a expedição.

A experiência da conexão com o ecoturismo deixa qualquer um satisfeito por poder conhecer a ilha a partir de outro olhar. Mais de 90 espécies de aves podem ser observadas, inclusive algumas ameaçadas de extinção. O Vem Passarinhar acontece uma vez por mês e não precisa pagar nada para participar.

No período de baixa estação, um fenômeno acontece, também, quanto à fauna noronhense. Muitas plantas nativas frutificam e ficam mais bonitas do que em outras épocas do ano. A ilha fica, nesta época, ainda mais florida.

Outro espetáculo que só acontece nos meses com maior frequência de chuva é a abertura do estuário do mangue da Baía do Sueste, quando as águas doces do manguezal (o único em ilhas oceânicas do Atlântico Sul) se misturam com o mar.

Um dos locais mais fotografados e visitados em Fernando de Noronha é, sem dúvidas, a cachoeira que se forma no paredão da Praia do Sancho, em períodos chuvosos. A bela queda d’água é um fenômeno que surge pouquíssimas vezes no ano. Atualmente, o ICMBio não recomenda o banho no local por conta de risco de acidentes. Entretanto, a cachoeira pode ser fotografada da praia.

Para André Portela, superintendente de Turismo, Cultura e Esportes do arquipélago, Noronha é um dos destinos mais queridos do Brasil, e tem um excelente potencial para ser um grande atrativo para o turismo no país. Segundo ele, as belezas naturais, a gastronomia, a excelência na prestação de serviço, a qualidade das pousadas e no receptivo não deixam a desejar a nenhum destino turístico de outros países.

“Então, Noronha não pode ser apenas o destino da alta temporada, tem que ser visitada o ano inteiro. Mostrar todas as possibilidades na baixa temporada faz com que o destino fique cada vez mais renovado e, consequentemente, todos acabam ganhando. É importante para a cadeia produtiva como um todo. O arquipélago é um destino imperdível, faça chuva ou faça sol”, destaca.

Respeito à natureza

Tanto a Administração Distrital quanto o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBIo) e demais autoridades, como o Corpo de Bombeiros, recomendam bastante atenção nos períodos de swell, pois o mar está revolto, com grandes ondas e bastante correnteza. A dica é respeitar o espaço marinho, não tocando, alimentando ou perseguindo os animais.

Outra informação importante é que o turismo seja contemplativo. Ou seja, levar pedaços de rochas vulcânicas, corais ou conchas não é permitido.

Texto: Ney Anderson

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