Novo larvicida contra arboviroses passa pelo primeiro monitoramento em Noronha
O experimento, que iniciou na Vila do Trinta, tem duração de seis meses nos reservatórios
A equipe da diretoria Geral de Vigilância em Saúde e Ambiente de Pernambuco retornou a Fernando de Noronha, após um período de quatro meses, para realizar o primeiro monitoramento do estudo da aplicação do novo larvicida biológico, que age no enfrentamento ao Aedes aegypti, transmissor de arboviroses como dengue, zika e chikungunya.
Realizada pela Vigilância Ambiental do arquipélago, em parceria com a Fiocruz Pernambuco e a Secretaria de Saúde do Estado, o objetivo do monitoramento é visitar alguns dos recipientes e captar uma mostra da água dos reservatórios que já estavam com o larvicida inserido, e, em seguida, colocar larvas e ovos de laboratórios para verificar quantos deles vão morrer em função do produto. Essa é uma forma para comprovar a eficácia do novo experimento.
De acordo com a pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Maria Alice Varjal, o projeto vai se estender até novembro deste ano. “A ideia é que a gente capacite a equipe local para que ela consiga fazer as próximas avaliações nos meses de outubro e novembro, de forma independente na ilha. Depois, a gente troca os resultados e faz uma avaliação conjunta até o término do estudo”, afirmou.
O larvicida, que não oferece risco ambiental, é específico para água potável, em reservatório acima de 5 mil litros por até seis meses. O produto foi doado pela empresa Clarke, que está contribuindo com a pesquisa. Noronha foi a primeira localidade no Brasil a receber esse tipo de produto.
Segundo o gerente de Vigilância em Saúde de Fernando de Noronha, Guilherme Santos, o processo de controle das arboviroses é um trabalho constante no arquipélago, portanto, é imprescindível que a comunidade faça a sua parte.
“Esse é um trabalho preventivo, com foco na diminuição da população de mosquito, na qual teremos a diminuição no quantitativo de casos. Então, aproveito o espaço para fazer um apelo à população para limpar seus quintais, terrenos, alojamentos, para evitar que existam espaços e materiais que possam ser foco para o mosquito da dengue. A nossa ação tem uma efetividade alta, mas ela sozinha sem o apoio da população fazendo sua parte é fundamental”, disse.
Texto: Bruna Woolley