Noronha tem boa adesão de moradores no primeiro dia do estudo de imunidade após vacinação em massa

Noronha tem boa adesão de moradores no primeiro dia do estudo de imunidade após vacinação em massa

No primeiro dia da nova fase do estudo “Incidência e Prevalência da COVID-19 no arquipélago de Fernando de Noronha”, 231 moradores compareceram ao posto montado no hospital de campanha para a coleta de sangue. A pesquisa iniciada nesta quarta-feira, visa avaliar a imunidade humoral (anticorpos) e celular (linfócitos ) de defesa do organismo contra o coronavírus. A pesquisa tem por objetivo acompanhar o desenvolvimento imunológico da população após a vacinação em massa. Noronha foi o primeiro lugar em Pernambuco a vacinar 100% das pessoas acima de 18 anos com a primeira dose.

“Estamos muito satisfeitos com a alta adesão da população já no primeiro dia. Quanto mais cedo as pessoas vierem fazer a coleta, mais rápido o material será enviado ao Recife para o processamento. Que bom que os moradores estão aderindo. Isso é muito importante para termos os dados que estamos buscando, que é a resposta da vacina em massa nossa população”, disse Fernando Magalhães, superintendente de Saúde do distrito.

A segunda coleta ocorrerá em setembro, 28 dias após a segunda dose da vacina. A última vai ser em fevereiro de 2022, seis meses após a segunda dose. “É justamente aí que vai ser desenhada a curva da imunidade, para sabermos o que foi produzido de anticorpos nas pessoas após cada dose da vacina”, ressalta Fernando.

Isaac lira, empresário, dono de uma pousada em Noronha, foi um dos primeiros a chegar para fazer a coleta e participar do estudo. “Eu já participei da pesquisa anterior, mas com essa nova convocação a gente se sente na responsabilidade de ajudar e colaborar com o novo conhecimento. Eu acho que através dessa pesquisa vamos poder ter algumas outras respostas, como se será necessário a terceira dose da vacina, como vai reagir após tantos meses de quem tomou a segunda dose, que é o meu caso. Toda pesquisa é louvável para saber mais sobre um vírus que está causando tanta dor. O nosso papel de cidadão é esse, participar e colaborar para que a população consiga ficar um pouco melhor”.

Também morador da ilha, Ivo Henrique, que trabalha como designer, fez questão de ir até o hospital de campanha e ter o sangue coletado. “É importante para sabermos o resultado da vacina em cada pessoa, se está atingindo o nível ideal de anticorpos que precisamos, até para contribuir com a ciência, para saber também se existe a necessidade de reforço da vacina”, diz.

Cerca de 4 mil testes sorológicos foram disponibilizados pela Fiocruz para este estudo. O sangue coletado nos moradores da ilha vai ser enviado ao Recife e processado na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). Os resultados da pesquisa serão informados para cada participante, de maneira sigilosa, em aproximadamente 15 dias nessa primeira fase.

Quem quiser participar precisa ter acima de 18 anos e assinar um Termo de Consentimento no próprio local de coleta do sangue, o hospital de campanha, localizado no Bairro da Floresta Velha (ao lado da Escola Arquipélago). O Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Ministério da Saúde, determina que toda pesquisa científica em seres humanos deve ser autorizada por cada pessoa de forma espontânea.

O atendimento vai durar até o dia 28 de julho. Durante a semana, das 9h às 12h e 14h às 19h. Aos sábados, das 8h às 12h.

Texto: Ney Anderson

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