Estudo epidemiológico em Noronha completa um ano e está na última fase

Estudo epidemiológico em Noronha completa um ano e está na última fase

O estudo epidemiológico em Noronha, que avalia a circulação do novo Coronavírus na população do arquipélago, entrou em sua última fase. Foram testados ao longo das quatro primeiras etapas cerca de 900 participantes entre homens e mulheres, de faixas etárias diferentes.

Uma das novidades nesta última fase é a utilização de um kit de testagem com uma maior sensibilidade para detectar anticorpos nos participantes que já tiveram a doença de forma assintomática e não sabem, além de identificar também, nos participantes que já foram vacinados, a presença dos anticorpos neutralizantes.

A coleta final está prevista para acontecer entre os dias 24 e 28 de maio. Caso alguns participantes viagem nessas datas, é preciso avisar antecipadamente à coordenação da pesquisa para que a coleta seja realizada antecipadamente.

O estudo tem um total de cinco fases, em um período de doze meses. Foi iniciado em maio de 2020, e seguiu nos meses de julho, setembro e dezembro do mesmo ano.

De acordo com o especialista da Secretaria Estadual de Saúde, Mozart Sales, com a pesquisa, vem sendo possível traçar as ações e medidas de prevenção em relação ao vírus, com resultados satisfatórios.

“A pesquisa foi importante para que a gente pudesse estabelecer um protocolo de entrada de pessoas na Ilha, assim como avaliar e compreender como a doença estava se comportando no arquipélago. Com a participação da população é possível avaliar quem já teve a doença e se desenvolveu anticorpos. Essa última fase será bem importante pois o estudo vai identificar se há anticorpos neutralizantes nos voluntários que já foram vacinados”, disse Mozart.

Todos os participantes vem sendo testados para a doença através de dois tipos de exames: o PCR em tempo real, para detecção do vírus pela análise de secreções respiratórias do nariz e garganta, e o teste rápido para detecção de anticorpos por meio de coleta de sangue.

“Com o estudo, foi possível testar um grande número de pessoas, onde a maioria dos participantes são assintomáticos. Essas pessoas vão saber se tiveram a Covid-19, se já têm a imunidade ou até mesmo se estão com a doença ativa. Nesse período, comunicamos a vigilância em Saúde e tomamos todas as medidas necessárias para evitar novos casos”, afirma a coordenadora do estudo, Regina Brizolara.

Devido às restrições mais rígidas durante a segunda e a terceira fase do estudo, o resultado apresentou um menor número de casos novos entre os participantes. Com as atividades do turismo sendo retomadas, houve uma maior circulação viral e, na quarta fase, foi observado que muitos participantes da pesquisa passaram a ter contato com a doença, havendo um aumento dos casos detectados entre eles.

“A pesquisa foi fundamental para traçarmos os nossos protocolos. Devido ao êxito, Noronha ficou fora de algumas restrições do Governo do Estado. A equipe da Vigilância em Saúde vem trabalhando de domingo a domingo nos três turnos para fazer o devido monitoramento. Através da pesquisa, conseguimos detectar precocemente vários casos e estamos mantendo um patamar diferente de outros locais que estão em situação crescente. Vamos continuar mantendo as nossas fiscalizações pois estamos conseguindo avançar no combate a Covid-19. No momento se tem mais curas clínicas do que pessoas infectadas”, explica o Superintendente de Saúde, Fernando Magalhães.

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