Noronha terá plano especial de enfrentamento ao Aedes aegypti
Um estudo piloto está sendo realizado para que o plano seja elaborado e comece a ser executado no início de abril
Fernando de Noronha recebeu, entre os dias 20 e 21 de fevereiro, a visita técnica do diretor geral da Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador do Estado de Pernambuco, Eduardo Bezerra, e da gerente de Vigilância das Arboviroses e Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde, Ana Márcia Drechsler. O objetivo da passagem dos dois profissionais pelo arquipélago foi conhecer de perto o ambiente, a realidade do dia a dia na ilha, as ações de enfrentamento ao Aedes aegypti e realizar um estudo piloto em cima de insumos para combater os focos do mosquito. A pesquisa embasará um plano local de enfrentamento ao vetor, que tem previsão para ser colocado em prática no início de abril.
A visita é fruto do Plano Estadual de Contingência das Arboviroses para 2024, lançado em novembro de 2023, no qual visitas técnicas e educativas estão sendo realizadas em todos os municípios de Pernambuco para traçar uma estratégia mais eficaz de enfrentamento à dengue, zika e chikungunya nos municípios pernambucanos, a partir da análise do perfil epidemiológico e entomológico das arboviroses no estado e organizar a rede de atenção à saúde para atendimento desses casos. De acordo com Eduardo Bezerra, Noronha tem peculiaridade na questão ambiental por se tratar de uma ilha e em ter a presença de grandes reservatórios de água.
“A gente veio trabalhar as particularidades da ilha de Fernando de Noronha, uma vez que é uma logística completamente diferente do continente. E a questão das arboviroses é uma questão ambiental, então a gente precisa compreender todo esse processo, a relação das pessoas com esse ambiente, para conseguir propor políticas públicas que sejam mais adequadas para que a gente tenha melhores resultados”, ressaltou Eduardo Bezerra, diretor geral da Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-PE.
Os visitantes foram acompanhados pela equipe de Vigilância Ambiental do arquipélago, que mostrou como funcionam as ações na ilha. “A gente entende que Noronha, diferente da grande maioria dos municípios do Brasil, tem diversas particularidades e, pensando nisso, a Administração, por meio da Superintendência de Saúde e Vigilância em Saúde, vem pensando as estratégias específicas para se aplicar neste território. Então a gente vem intensificando, através dos nossos agentes de endemias, as visitas domiciliares, a observação de focos dentro e fora das casas, e reforçando esse apelo à população com relação à entulho, a acúmulo de materiais que já não têm utilidade”, explicou Guilherme Santos, gerente de Vigilância Ambiental.
O gestor disse ainda que a gerência vem acompanhando os indicadores epidemiológicos na ilha. “Cada caso de dengue que chega no hospital e PSF, e outras arboviroses, a gente faz esse acompanhamento, faz o mapeamento, mapeia de onde vem esse caso. Sabemos que uma grande parte são turistas que já vem com a doença, mas os casos locais nós vamos mapeando para entender quais as vilas, quais as localidades que precisam de uma maior atenção”, complementa.
Dentre as ações de enfrentamento, estão a coleta de entulhos, a visita dos agentes de endemias que colocam produto nos depósitos e caixas d’água e realizam a atomização, que é a pulverização de um agente biológico, que não tem propriedades químicas, e não agride o ambiente, com o intuito de eliminar ao máximo a quantidade de focos de Aedes aegypti, pensando, sobretudo, no bem da população.
A Vigilância Ambiental pede a colaboração da comunidade para receber bem os agentes em casa e também para evitar os focos do mosquito seguindo estas orientações:
– Mantenha os quintais limpos e sem objetos que possam acumular água, como pneus, garrafas e potes;
– Tampe e vede bem os reservatórios e caixas d’água;
– Tem plantas em casa? Coloque areia nos pratos de apoio dos vasos;
– Atenção também aos potes de água dos animais domésticos. Troque a água e higienize sempre estes reservatórios com água e sabão;
– Limpe bem as calhas das casas para eliminar folhas de plantas que possam acumular água;
– Direcione a mangueira do ar-condicionado para um espaço com terra que faça a absorção da água.
O noronhense que precisar de ajuda, orientação, esclarecer dúvidas sobre o assunto ou identificar algum lugar na sua rua, vila e no arquipélago que possa ter focos do inseto, a recomendação é entrar em contato com a Vigilância Ambiental pelo WhatsApp: (81) 98494-0520. Em caso de febre, dores no corpo e de cabeça, coceira, falta de apetite, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas no corpo e mal-estar, o morador deve procurar um serviço de saúde da ilha.
Texto: Karlilian Magalhães
Foto: Karol Vieira